#PETCompartilha: Adoçantes
- PET NUTRIÇÃO UFV
- 4 de jul. de 2018
- 3 min de leitura

Os edulcorantes são as substâncias que compõem os adoçantes, que conferem sabor doce aos alimentos. Existem diversos tipos de edulcorantes que, mesmo em pequenas quantidades, têm o poder de adoçar superior ao do açúcar. Os adoçantes podem ser subdivididos em naturais e artificiais. Os naturais são derivados de açúcares, sendo os mais conhecidos o sorbitol, o manitol, o estévia e a frutose, que podem ser menos calóricos em relação ao açúcar convencional ou são não calóricos como o estévia. Já os adoçante artificiais são isentos de calorias, como a sacaria, o ciclamato, o aspartame, a sucralose e o acessulfame-k.
Anterior a sua comercialização, esses produtos são analisados quanto à sua toxicidade visto que poucos estudos analisaram o consumo dos adoçantes a longo prazo. O uso dessas substâncias deve ser cauteloso e instruído por médico ou nutricionista, ressaltando-se a importância de não ultrapassar o nível ingestão diária aceitável (IDA).
No ano de 2015, foi feita uma pesquisa pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em que foi mostrada a quantidade de edulcorantes que se encontra no limite estipulado pela legislação, nas bebidas analisadas, sendo que a concentração máxima é estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) partindo das referências do Codex Alimentarius, que é um compilado de normas internacionais que seguem um padrão relacionadas aos alimentos, para que se possa evitar riscos ao bem estar e à saúde do consumidor. Entretanto não quer dizer que possa haver excesso no consumo dessas bebidas, pelo contrário, em determinados casos, poucos copos são o bastante para alcançar o valor limite seguro recomentado pelas instituições internacionais. Esses limites são estabelecidos por comitê especialista em aditivos alimentares da OMS (Organização Mundial da Saúde), sendo que esses valores variam de indivíduo para indivíduo, uma vez que é calculado por peso (kg) por dia.
Há certo debate quanto ao prejuízo dos adoçantes na saúde humana, principalmente no desenvolvimento do câncer. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, estudos associaram o consumo de sacarina com câncer de bexiga em animais, no ano de 1970, mas, ademais, outros estudos mostraram que não havia desenvolvimento em humanos.
Em relação ao aspartame, pesquisas mostraram que para o desenvolvimento de câncer seria necessária uma quantidade muito grande de consumo, entretanto, estudos recentes com animais têm avaliado que existe associação de linfoma, leucemia e carcinomas de pelve e ureter com a ingestão de uma quantidade de aspartame referente a uma ingestão humana de 20 mg/kg, menor que a ingestão diária aceitável (40 mg/kg), sendo uma associação significativa.
Análises feitas com ciclamato, em ratos, manifestaram relação com câncer de bexiga, e insinuaram um aumento do risco de câncer em humanos. Feitas estas análises, resultou-se em uma proibição nos Estados Unidos, que não foi retirada após a realização de novos estudos que concluíram que o ciclamato não é um agente carcinogênico.
A sucralose é um adoçante que apresenta sabor agradável e que não deixa sabor residual, é considerado seguro e uma opção para gestantes e mulheres em fase de lactação, que foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) depois de feita a revisão de mais 110 estudos de segurança, entretanto estudos feitos em ratos mostram que a sucralose atua nos sensores químicos do trato gastrointestinal (TGI), altera a função da tireoide e modifica os microorganismos do TGI, reduzindo as boas bactérias do intestino, além de poder alterar os níveis de glicose, insulina e hormônio GLP-1.
A estévia é um adoçante extraído da planta Stevia rebaudian, que é natural, sendo segura para o uso de gestantes e lactantes. Não houve descrições de reações alérgicas até o presente momento.
Tem sido aconselhado por alguns profissionais que seja feito um rodízio entre os adoçantes, para que não seja atingido o nível máximo de uma mesma substância por um longo tempo, entretanto não há comprovação de que essa estratégia seja efetiva.
Dado que há poucos estudos na literatura sobre o consumo dos adoçantes e sua influência a longo prazo em humanos, é preciso que mais investigações sejam feitas. É também importante destacar que esses produtos devem ser consumidos apenas sob recomendação de um profissional da saúde.
FONTE: Ministério da Saúde. Desmistificando Dúvidas sobre Alimentação e Nutrição, Brasília-DF, 2016.
Comments