#PETCompartilha: Consumo de Alimentos e Saciedade

O ato de se alimentar é rotineiro na vida dos seres humanos, porém está implicado a ele diferentes fatores que o tornam complexo. A escolha de onde, como e o que comer é reflexo disso, que envolve a disponibilidade de alimento e a sensação de fome. Esta última, é definida como sensação consciente, que reflete no impulso mental de comer.

A restrição da capacidade gástrica e os sinalizadores biológicos são um dos fatores que estão relacionados durante a fome e direcionam o ato de parar de comer. Assim que o bolo alimentar atinge a porção inicial do intestino delgado, vários hormônios sinalizam para o cérebro que não há mais necessidade de continuar a refeição, momento conhecido como saciação, enquanto a saciedade é a redução da fome até a realização da próxima refeição.

Diferentes tipos de alimentos geram diferentes tipos de saciação e saciedade. Fontes de proteínas como carnes, ovos e leite; e de lipídeos, como óleos, castanhas, leite integral, proporcionam maior liberação de hormônios, que promovem uma saciedade maior por mais tempo. Semelhantemente, a secreção de serotonina, um hormônio relacionado à saciedade, ocorre após a ingestão de alimentos ricos em proteínas. Quando as quantidades de serotonina no sangue estão baixas, o domínio sobre a saciedade é menor e a vontade de consumir alimentos ricos em açúcar, maior, o que favorece o aumento de peso.

Em relação aos alimentos ricos em carboidrato, a sensação de saciedade está associada à quantidade de fibras na preparação. Alguns alimentos, como cereais integrais, leguminosas, frutas e hortaliças diminuem o esvaziamento gástrico e controlam a velocidade dos movimentos intestinais devido à quantidade de fibras presentes. Assim, o consumo destes alimentos promove maior saciedade. Por outro lado, nas refeições com baixo teor de fibras, por exemplo, nos alimentos feitos à base de cereais refinados, o resultado é diferente, fazendo com que a pessoa fique menos saciada.

Outros fatores que influenciam na saciedade, além dos macronutrientes presentes, são o sabor do alimento, a vontade comer da pessoa e sua composição corporal.

É comum ver alimentos ricos em carboidratos como vilões da alimentação, quadro exposto pela mídia. Algumas informações alteradas, por exemplo, dizer que a ingestão desse alimentos à noite induz o aumento de peso, são largamente divulgadas e tomadas como base por indivíduos que almejam o emagrecimento. Todavia, é sabido que a perda de peso é resultado de um balanço energético negativo, isto é, consumo calórico menor que o gasto energético. Ainda assim, engordar e emagrecer é muito mais do que um aumento ou redução calórica. Estão ligados a inúmeras variáveis biológicas, ambientais e sociais, tais como mudanças no metabolismo, estilo de vida, prática de atividade física, publicidade de alimentos entre outros.

É de extrema importância a escolha saudável dos alimentos, devendo possuir combinações adequadas de macro e micronutrientes, sendo de preferência, alimentos in natura e minimamente processados, como as frutas, hortaliças, cereais integrais e leguminosas. O teor de fibras presente nesses alimentos é capaz de promover maior saciedade e ajudar no controle da massa corporal.

FONTE: Ministério da Saúde. Desmistificando Dúvidas sobre Alimentação e Nutrição, Brasília-DF, 2016.

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